A VERDADEIRA IGREJA
(SÉRIE IMPLICAÇÕES SOCIOPASTORAIS Nº002)
A verdadeira igreja é onde o povo está reunido... diz
assim um belo cântico de nossas liturgias. Um cântico de todos os inícios de
liturgia nos lembrando que não é a beleza da Matriz ou a simplicidade de uma
pequena capelinha da comunidade rural que nos diferencia, mas em aceitar a
mensagem de Deus que se baseia na entrega de coração a missão que Jesus nos
confiou.
Alguns pontos a ser destacado nas leituras desse
domingo, dia 05 de maio.
a) Se alguém me ama... faremos dele a
nossa morada. (Jo 14,23). Se a morada da Santíssima Trindade,
se um Templo no tempo, no espaço de uma vida humana, limitada. Eis que hoje
estamos sepultando um irmão de caminhada, Camilo. Isso ilustra a confiança de
Jesus na espécie humana, como portadora da eternidade, portadora da mensagem
divina. Jesus deposita seu ouro em nós, que somos potes de barro. Frágil. Quem
nós fortalece é a oração, a espiritualidade.

c) Não se pertube e nem intimide o vosso
coração. (Jo 14, 27b). Se Jesus nos faz esse alerta é que ele
está nos prevenindo para os sofrimentos que adviram como conseqüência do
assumir o Batismo. O mundo vai tentar nos pertubar. Ameaças, intrigas, falsidade,
boatos é o que nos espera. Mas Jesus pede para não intimidarmos com isso. Ele quer
nossa persistência.
d) Isso provocou muita confusão, e houve
uma grande discussão de Paulo e Barnabé com eles. (At 15,2a) É
um retrato dos primórdios de nossa Igreja. É um retrato das comunidades hoje.
Há sim mais de um pensamento, de uma corrente. Mas é preciso ter um conselho
que reúna e discuta essas coisas. A Igreja está nas pessoas e não no templo. Fazer
segregação de pessoas ou movimentos é talvez distanciar do próprio Deus que está
presente nas pessoas. Mas como vermos há aquilo que é indispensável. “A
verdadeira Igreja é onde está o povo reunido, O que Jesus deseja, nem opressor
e nem oprimido”. A questão que levantamos é se o novo ou o diferente tem como
objetivo esse desejo de Jesus, mesmo que seja um movimento de promoção da
espiritualidade.
e) Porque decidimos, o Espírito Santo e
nós, não vos impor nenhum fardo, além dessas coisas indispensáveis. (At15, 28). Não
podemos ter uma Igreja que impõe fardos como nos lembra a carta enviada à nova
comunidade de cristãos vindo do paganismo. Os dogmas precisam ser setas que nos
indica caminhos. Mas há o indispensável. Um mínimo de regras. Pois o
cristianismo vai na contramão do mundo. Não abster-se com ídolos. A idolatria é
algo diferente, estranho ao cristianismo. Sejam ídolos da música, do esporte,
da política. E quando o mensageiro da Palavra quer ser ídolo? A leitura de Atos
dos apóstolos também fala das uniões ilegítimas. Seria a união homossexual uma
união ilegítima? Creio que sim. Hoje temos esse debate imposto pela mídia. A mesma
mídia que em tempos de embate eleitoral tenta rotular um candidato de defensor
do “casamento gay” é a mesma que agora acusa um pastor de homofóbico.
f)
Brilhando
com a glória de Deus, seu brilho era como o de uma pedra preciosíssima, como o
brilho do jaspe cristalino (Ap 21,11). A autor é levado ao monte,
uma referência ao monte Tabor. Ele viu Jerusálem descendo do céu. A Jerusálem
de cada um de nós é a comunidade de base que você participa. Ela desce, vem do
céu por que é transmissora da mensagem celestial, da mensagem que prega paz,
essa paz estranha. A mensagem que faz que aceitemos uns aos outros com base no
amor. Como eu vos amei, diz Jesus. A nossa comunidade deve ser luz para a
sociedade de hoje. Deve ser portadora dessa glória de Deus. “Olha a glória de
Deus brilhando... canta Zé Vicente. Ela tem lugar para todas as tribos do
cristianismo, todos os movimentos do catolicismo. Por isso a comunidade deve
ter todas as portas abertas (com doze portas), Os movimentos, as tribos, vêm de
todas as direções. Mas deve estar bem alicerçada (tinha doze alicerces). O
alicerce são os anciões e apóstolos, os representantes das linhas pastorais, a
liderança que se alimenta da palavra de Deus semanalmente nos grupos de
reflexão. A comunidade (a cidade) não precisa trazer para dentro de si nem o
sol ou a lua. Isso é, não pode buscar luz fora de si. Ela é que deve iluminar a
sociedade em todos os momentos, através de suas pastorais e movimentos.
DESEJAMOS:
·
Que tenhamos comunidades que descem do céu
como Jerusálem, isso é, portadora da mensagem divina;
·
Que essa comunidade seja aberta (12
portas), mas firme na proposta do evangelho (12 alicerces, o indispensável do
atos do apóstolo).
·
Que não coloque fardos pesados na costa dos
convertidos;
·
Que leve a cada membro ser morada de Deus;
·
Que tenhamos a paz de Jesus, que é
diferente da “pax romana”;
·
Que tenha membros que não sejam intimidados
ou tenham os corações pertubados com os desafios de ser cristão no mundo de
hoje.
·
Que a família do nosso companheiro de
caminhada Camilo Ferreira de Paiva, liderança histórica na caminhada da
Paróquia São Manuel de Mutum.
·
Que todos tenham o bom final de semana.
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