sábado, 4 de maio de 2013

A VERDADEIRA IGREJA (SÉRIE IMPLICAÇÕES SOCIOPASTORAIS Nº002)


A VERDADEIRA IGREJA
 (SÉRIE IMPLICAÇÕES SOCIOPASTORAIS Nº002)


A verdadeira igreja é onde o povo está reunido... diz assim um belo cântico de nossas liturgias. Um cântico de todos os inícios de liturgia nos lembrando que não é a beleza da Matriz ou a simplicidade de uma pequena capelinha da comunidade rural que nos diferencia, mas em aceitar a mensagem de Deus que se baseia na entrega de coração a missão que Jesus nos confiou.
Alguns pontos a ser destacado nas leituras desse domingo, dia 05 de maio.
a)  Se alguém me ama... faremos dele a nossa morada. (Jo 14,23). Se a morada da Santíssima Trindade, se um Templo no tempo, no espaço de uma vida humana, limitada. Eis que hoje estamos sepultando um irmão de caminhada, Camilo. Isso ilustra a confiança de Jesus na espécie humana, como portadora da eternidade, portadora da mensagem divina. Jesus deposita seu ouro em nós, que somos potes de barro. Frágil. Quem nós fortalece é a oração, a espiritualidade.
b) Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. (Jo 14,27a) Isso implica que Jesus estabelece a diferença entre a paz do consumo, do pão e circo, da paz como ausência ou fuga do conflito, a “pax romana”. É uma paz estranha. Uma paz que vem da certeza que estão cumprindo minha missão de batizado. Quando denuncio profeticamente a injustiça, quando faço o bem e amo com o Amor Ágape, e não com troca de interesse. Quando dou algo ou me dou sem esperar recompensa. Mas Jesus nos alerta, como comentaremos no item c.
c)  Não se pertube e nem intimide o vosso coração. (Jo 14, 27b). Se Jesus nos faz esse alerta é que ele está nos prevenindo para os sofrimentos que adviram como conseqüência do assumir o Batismo. O mundo vai tentar nos pertubar. Ameaças, intrigas, falsidade, boatos é o que nos espera. Mas Jesus pede para não intimidarmos com isso. Ele quer nossa persistência.
d) Isso provocou muita confusão, e houve uma grande discussão de Paulo e Barnabé com eles. (At 15,2a) É um retrato dos primórdios de nossa Igreja. É um retrato das comunidades hoje. Há sim mais de um pensamento, de uma corrente. Mas é preciso ter um conselho que reúna e discuta essas coisas. A Igreja está nas pessoas e não no templo. Fazer segregação de pessoas ou movimentos é talvez distanciar do próprio Deus que está presente nas pessoas. Mas como vermos há aquilo que é indispensável. “A verdadeira Igreja é onde está o povo reunido, O que Jesus deseja, nem opressor e nem oprimido”. A questão que levantamos é se o novo ou o diferente tem como objetivo esse desejo de Jesus, mesmo que seja um movimento de promoção da espiritualidade.
e)  Porque decidimos, o Espírito Santo e nós, não vos impor nenhum fardo, além dessas coisas indispensáveis. (At15, 28). Não podemos ter uma Igreja que impõe fardos como nos lembra a carta enviada à nova comunidade de cristãos vindo do paganismo. Os dogmas precisam ser setas que nos indica caminhos. Mas há o indispensável. Um mínimo de regras. Pois o cristianismo vai na contramão do mundo. Não abster-se com ídolos. A idolatria é algo diferente, estranho ao cristianismo. Sejam ídolos da música, do esporte, da política. E quando o mensageiro da Palavra quer ser ídolo? A leitura de Atos dos apóstolos também fala das uniões ilegítimas. Seria a união homossexual uma união ilegítima? Creio que sim. Hoje temos esse debate imposto pela mídia. A mesma mídia que em tempos de embate eleitoral tenta rotular um candidato de defensor do “casamento gay” é a mesma que agora acusa um pastor de homofóbico.
f)   Brilhando com a glória de Deus, seu brilho era como o de uma pedra preciosíssima, como o brilho do jaspe cristalino (Ap 21,11). A autor é levado ao monte, uma referência ao monte Tabor. Ele viu Jerusálem descendo do céu. A Jerusálem de cada um de nós é a comunidade de base que você participa. Ela desce, vem do céu por que é transmissora da mensagem celestial, da mensagem que prega paz, essa paz estranha. A mensagem que faz que aceitemos uns aos outros com base no amor. Como eu vos amei, diz Jesus. A nossa comunidade deve ser luz para a sociedade de hoje. Deve ser portadora dessa glória de Deus. “Olha a glória de Deus brilhando... canta Zé Vicente. Ela tem lugar para todas as tribos do cristianismo, todos os movimentos do catolicismo. Por isso a comunidade deve ter todas as portas abertas (com doze portas), Os movimentos, as tribos, vêm de todas as direções. Mas deve estar bem alicerçada (tinha doze alicerces). O alicerce são os anciões e apóstolos, os representantes das linhas pastorais, a liderança que se alimenta da palavra de Deus semanalmente nos grupos de reflexão. A comunidade (a cidade) não precisa trazer para dentro de si nem o sol ou a lua. Isso é, não pode buscar luz fora de si. Ela é que deve iluminar a sociedade em todos os momentos, através de suas pastorais e movimentos.

DESEJAMOS:
·        Que tenhamos comunidades que descem do céu como Jerusálem, isso é, portadora da mensagem divina;
·        Que essa comunidade seja aberta (12 portas), mas firme na proposta do evangelho (12 alicerces, o indispensável do atos do apóstolo).
·        Que não coloque fardos pesados na costa dos convertidos;
·        Que leve a cada membro ser morada de Deus;
·        Que tenhamos a paz de Jesus, que é diferente da “pax romana”;
·        Que tenha membros que não sejam intimidados ou tenham os corações pertubados com os desafios de ser cristão no mundo de hoje.
·        Que a família do nosso companheiro de caminhada Camilo Ferreira de Paiva, liderança histórica na caminhada da Paróquia São Manuel de Mutum.
·        Que todos tenham o bom final de semana.

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