6º DOMINGO DO TEMPO COMUM
REFLETINDO:
ECLESIÁSTICO 15, 16-21, 1 CORÍNTIOS 2, 6-10, MATEUS 5, 17-37.
Os textos
bíblicos para a reflexão desse domingo (16 de fevereiro de 2014) nos apontam
para uma didática de Deus em relação a nós bastante interessante. Ele nos dá a
liberdade e nos mostra o seu caminho no livro de Eclesiástico.
Depois
em Paulo, refletindo com a comunidade de Coríntios, ele nos convida a ir além
da sabedoria do mundo, baseada em competição, para a sabedoria da redenção, da
vitória, e nos lembra, através dos ensinamentos do seu filho Jesus Cristo, que
devemos superar os ensinamentos que oprime e refletir sobre a liberdade. Já
podemos trazer para a nossa reflexão um prelúdio para a Campanha da
Fraternidade desse ano, cujo tema é, Fraternidade e Tráfico Humano, uma vez que
o fio condutor dessa reflexão é justamente a liberdade. Coincidência é que estamos
preparando (a equipe de roteiros da forania, juntamente com as demais) a novena
de natal desse ano com o mesmo fio condutor.
Nossa
reflexão aqui, abrange os aspectos pessoais, comunitários e pastorais. Você pode
aprofundar mais lendo: PORTAL DA DIOCESE DE CARATINGA, JULIO VIEIRA (VIDA PASTORAL).
LAVRANDO
O CORAÇÃO: O convite para que façamos o bem continua, na 1ª leitura há um
trecho bem claro, “Diante de ti, ele colocou o fogo e a água; para o que
quiseres...”( Eclo 15, 17). No entanto Deus é onipresente e oniciente. Ele
sempre está junto daqueles que o temem, Ele vê tudo, sabe de tudo, e sabemos
também que Ele é onipotente, pode fazer tudo. Diante da liberdade que Deus nos
dá de escolhermos, cabe a nós escolhermos o melhor para nós, o fogo ou a água,
ser incendiário (fogo) ou o bombeiro (água). Dizem que até aos trinta anos
somos incendiários, revolucionários mesmo sem causas, depois a gente é
bombeiro, um calma aí gente. Então cabe a nós termos obras que revele nosso
temor (que não é medo, mas reconhecimento) a Deus. Para isso devemos ter a
misteriosa sabedoria de Deus (I Cor 2, 7), e não nos pautar pela sabedoria dos
homens que foram criadas apenas para a sobrevivência, e sobreviver significa
competir, entrar nos ditames de uma espécie de seleção natural. Estar mais apto
e sobreviver. É mais ou menos isso que as palestras de aperfeiçoamento
profissional colocam para nós. Ser esperto para vencer. Essa sabedoria não
encontra ressonância no grande sonho de Deus. E Jesus que não veio para abolir
a Lei, mas dar um novo significado (Mt 5,17), nos orienta para a valorização do
outro. Não peca apenas quem comete adultério, peca também quem abandona o
outro, peca também que não evita o mal. Pessoalmente também pecamos quando
omitimos diante das situações. A preocupação de Jesus vai além dos fatos de homicídios
e outros crimes que vemos na Cidade Alerta ou no Brasil Urgente, ela não
compactua com a Justiça com as próprias mãos. Então a palavra de Deus desse
domingo deve semear em nossos corações a semente dessa sabedoria que vem de
Deus, desse dom do Espírito Santo que nos faz ler para além dos fatos. Ter
diante dos lamentáveis episódios uma postura mais evangélica, mais condizente
com a fé que professamos.
LAVRANDO
A KOINONIA: Segundo o Roteiro para Grupos de Reflexão desse mês, preparado pela
Equipe da Diocese de Guaxupé, Jesus nos apresenta um novo estilo de vida
comunitária. O evangelho vem resolver uma questão de conflito na comunidade,
entre aqueles que colocam a Lei acima da misericórdia e aqueles que entendem
que a misericórdia deve prevalecer. A leitura que Jesus faz e reflete da Lei é
de alguém que manifesta a misteriosa sabedoria de Deus. É de alguém que sabe
que as leis dos homens são feita para a defesa de interesses pessoais, e,
portanto, traz o
germe da destruição do outro. A comunidade tem o desafio de estar no mundo sem ser desse mundo. A comunidade tem o desafio de ser profética. É a comunidade que deve denunciar as injustiças desse mundo.
germe da destruição do outro. A comunidade tem o desafio de estar no mundo sem ser desse mundo. A comunidade tem o desafio de ser profética. É a comunidade que deve denunciar as injustiças desse mundo.
Para
nos ajudar a caminhar no temor do Senhor e saber fazer as escolhas adequadas. A
comunidade deve ter uma catequese renovada, seja de crianças e adolescentes (Pastoral
Bíblico-catequética) seja de jovens (Pastoral da Juventude), seja dos casais
(Pastoral Familiar). Ou seja, nos momentos de preparação para algum sacramento
como os encontros de noivos e para o batismo, entre outros sacramentos. Quem
teme a Deus, antes de entregar a oferta, reconcilia com o irmão (Mt 5, 23),
busca a igualdade de gênero (entre homens e mulheres), não é somente a mulher
que é adúltera.
LAVRANDO
A COLETIVIDADE: A comunidade está inserida dentro de uma sociedade marcada
recentemente pelo descontentamento. Os avanços sociais não foram acompanhados
pelos avanços pessoais. Estão em pauta na sociedade brasileira as questões da
justiça com as próprias mãos com pessoas que cometeram alguns crimes, leves,
amarrados em postes e espancados, está em pauta também a questão das
manifestações patrocinadas por partidos ou interesses, e está em pauta, ainda
que não na grande mídia, a questão do papel do judiciário que julgou o mensalão
do PT e começa da julgar o mensalão do PSDB. A verdade é que o Brasil parece
uma sala com muita sujeira debaixo do tapete, sujeiras recentes e sujeiras
octagenárias (antiqüíssimas), É tanta sujeira que o gás metano liberado por
elas vira um explosivo em determinados momentos da história.
No seu
papel de profetismo, cabe às nossas comunidades e movimentos eclesiais,
continuarem a gestar o novo. Uma Igreja portadora da Boa Nova de Jesus é uma Igreja
que constantemente está dizendo “PORQUE EU VOS DIGO...”. É uma Igreja que
contextualiza a mensagem do Salvador, a mensagem da libertação. Somente a
liberdade quem experimenta a libertação do todo. Libertação em todas as áreas
da vida. “Um oprimido sem libertação tem como sonho ser opressor”, segundo
Paulo Freire. Então o sonho do político
sem libertação pessoal, e para ter essa libertação pessoal ele precisa de uma
espiritualidade libertadora, portadora de uma misteriosa sabedoria, é poder
fingir ser libertador e no fundo oprimir, pois ele usa a sabedoria dos
poderosos deste mundo, voltada para a destruição (1 Cor 2, 6). É comportamento
desse tipo que permite um sistema econômico em que as pessoas sejam
coisificadas, transformadas em mercadorias, e por isso traficadas para a
prostituição e para a circulação “clandestina” de drogas. Por termos políticos
agindo segundo a sabedoria dos poderosos é que temos uma cultura que prega o “olho
por olho, dente por dente” como a pregou a jornalista do SBT, Raquel Sherazade.
A sociedade
compartimentada em classes sociais permite que haja racismos, mesmo por parte
de pessoas de um país onde as pessoas sejam em sua maioria de origem indígena (caso
do Tinga, jogador do cruzeiro-mg). Precisamos, nesse ano de eleição, escolher
bem as propostas, analisar com a sabedoria que vem de Deus, os projetos. Votar em
candidatos, sobretudo para o legislativo, que não age com a sabedoria dos
poderosos, e buscar, enquanto comunidades de tementes a Deus, uma sociedade
justa, solidária e igualitária.
PARA ACOMPANHAR INFORMAÇÕES, REFLEXÕES E ATIVIDADES PASTORAIS, SIGA O BLOG: CLAUDIO PASTORAL.
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