sábado, 8 de fevereiro de 2014

A LUZ QUE É (DE) GRAÇA

REFLETINDO: ISAIAS58, 7-10; SALMO 111 (112); 1 CORÍNTIOS 2, 1-5 e MATEUS 5,13-16.
Ser sal de terra e luz do mundo. Esse ensinamento bem objetivo de Jesus para nós, seus seguidores, nos leva a uma reflexão de contextualização do agir evangélico, que implica um agir poético e um agir profético.
Pode parecer belas palavras, mas salgar uma sociedade capitalista que quer se bastar por si só, e ser luz em tempos que todos pensam estar enxergando tudo, inclusive dentro da casa alheia, onde todos pensam ser o grande irmão (Big Brother) de George  Orwell.


Ser sal da Terra, ser responsável para que a terra não apodreça, eliminar as bactéria do mal. Ser a luz do Mundo. Iluminar.

LAVRANDO O CORAÇÃO: Preparar-se para ser o Sal da Terra é buscar forças. O sal serve, quando não havia geladeira, para salgar a carne, impedindo que ela seja contaminada por bactérias. O sal torna a carne hipertônica com relação ao organismo invasor, então as bactérias perdem água e morrem. Ser hipertônico pela fé, ser forte, ter a Graça de Deus dentro de si. Essa é a missão. Quando se é forte, hipertônico, impedimos que o mal vença. Ser luz do mundo e não ficar debaixo da mesa. É preciso sair e ir ao encontro do outros para que o outro também possa se beneficiar dessa luz.  A antífona do Salmo é precisa em nos lembrar que para sempre permanece o bem que fazemos (Salmo 111 (112)). O salmo elenca em suas estrofes uma série de valores pessoais: ser correto, generoso, compassivo, caridoso, prestativo, justo nos negócios. Há uma luz que brilha nas trevas, por isso nem as más notícias (bactérias que estragam a carne) nos abalará. Esse salmo está em consonância com o Profeta Isaías.
Segundo o Profeta (Is 57, 10), se fizermos o bem ao próximo, nossa vida obscura se tornará luz. Então podemos dizer que ser justo nas pequenas coisas que fazem parte do cotidiano e cuidar do próximo é o azeite que alimenta a nossa chama para sermos Luz para o Mundo (... tua vida obscura será como o meio-dia).
LAVRANDO A KOINONIA: Paulo nos orienta no trabalho comunitário. É um recado à liderança, é um ensinamento litúrgico. O uso das palavras simples para atingir os corações simples, pois é nessa simplicidade que o Poder de Deus se manifesta. Toda ação litúrgica na comunidade deve manifestar o Poder de Deus e não a sabedoria do homem. Todo o saber dos membros da comunidade deve estar a serviço (DIAKONIA) do Reino de Deus. A luz é forte, espanta a escuridão, mostra os detalhes. O sal também é forte, protege a carne, aniquila as bactérias e ainda torna tudo saboroso. Uma comunidade que transmite o Poder de Deus, e não deixa que suas atividades virem mero exibicionismo da sabedoria humana, torna se Luz para o Mundo e Sal da Terra.

LAVRANDO A COLETIVIDADE: Então, se praticarmos o bem, tornando-nos nossa obscuridade em luz do meio-dia, e nossa presença em poesia (sabor) e profecia (combate ao mal) , levando a comunidade que freqüentamos a demonstrar o Poder de Deus, estaremos dizendo ao Mundo que há um caminho, o caminho da partilha, da solidariedade em oposição ao caminho do acúmulo, do levar vantagem nos negócios, da competição. Estaremos dizendo ao mundo que há uma verdade, e que a verdade não pode ficar escondida, ser omitida, há obras de caridade que a TV não noticia, que os jornais não relatam, há pessoas de bem que colaboram entre si e não ficam disputando o prêmio de um reality show, a verdade é outra e não aquela que aparece na TV. Estaremos dizendo ao mundo um projeto de vida que consiste em servir e não ser servido, que consiste em fazer o bem e não em ter bens além do necessário.

Por isso essa luz é de graça, ela vem de Deus. O Deus que nos ama, ilumina nossos corações. Ela é mais que de graça, ela é a Graça de Deus. 

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