A OMISSÃO
(REFLEXÃO SEMANAL DE RONALDO LOPES)
Há muito tempo que queria escrever sobre este assunto, pensei e cheguei à conclusão: é hoje. A cada momento vivido nos sugere ter um comportamento; aqui estou referindo-me às respostas que preciso dar às interpelações que a vida me provoca. Penso que o ser humano precisa caminhar para um crescimento espiritual, ético; onde se realize profissionalmente e emocionalmente. Mas sempre vivemos situações que nos coloca dúvidas, incertezas, inseguranças, fatos da vida que aparecem e que exigem comportamentos novos. É diante destes novos fatos que fiquei a pensar. Como agir? Que critérios ter?
Às vezes somos pegos agindo impulsivamente diante de uma situação; falta-nos o devido discernimento; a
amplitude e o conhecimento das consequências da decisão tomada. Muitas vezes cometemos erros bobos, porque não tivemos a paciência para aguardar o tempo certo para agir. Vejo que aqui está o cerne para o acerto em nossas vidas: encontrar o tempo certo, que deve vir acompanhado da prudência, caridade, respeito ao outro, e o mais possível que tenhamos a razão, seja entendida pelo lado racional, como também pelo lado da verdade, pois assim agindo poderemos ajudar na solução de muitos conflitos e problemas.
A partir destas considerações que adentro no tema da omissão. A principio entendo a omissão como a não resposta a uma determinada situação. Pensando assim poderia concluir que não agir é omissão? Penso que não. Acredito que o meu tempo é diferente dos outros. O que uma pessoa possa pensar que seja omissão, na verdade é apenas estratégia para saber agir no tempo certo. O que o outro vê a meu respeito tem importância sim, mas não pode ser determinante em meu comportamento. O outro pode julgar-me e pensar que deveria ter agido e fui omisso. A omissão tem sim o seu lado objetivo, mas ela precisa passar pelo discernimento subjetivo e ser avaliada pela pessoa que quis agir e não pôde, ou ainda esperou o tempo certo para agir.
Avançando um pouco mais a reflexão: sempre temos o ímpeto de agir no momento do fato; no calor da emoção, na hora mesmo do acontecimento; deixamo-nos levar pela emoção aflorada, agindo assim poderemos pensar que saímos vitoriosos e ainda ter a falsa sensação de que resolvi o problema. É preciso que avancemos nesta postura; na vida existem muitos ditos “vitoriosos” que não ganharam nada, talvez tenham ganhado a antipatia dos outros, o desprezo e o abandono. Precisamos sim agir diante dos fatos, mas com prudência e entender que a omissão é uma postura pessoal e consciente; sou eu que responderei a mim mesmo porque fiquei omisso, inerte diante dos fatos. Se esgotei todos os argumentos e possíveis estratégias e fiquei omisso, aí sim, este meu comportamento pode ser abominável. E porque isto acontece? Talvez por medo, pode vantagens, por questões financeiras, pelo poder. Se sei que é errado o que o outro faz, tenho certeza deste erro, posso ajudar a consertar este erro e fico inerte, omisso, aí estou enganando a mim mesmo e aos outros.
Numa linguagem humana a omissão é, portanto, um grande erro e entendendo a omissão numa linguagem bíblica, a omissão é um pecado, pois assim escreveu Tiago na Bíblia: “Quem sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado” (Tg. 4,17). Creio que o mundo cheio de pecados da omissão. Há muita gente que tem condições de fazer o bem e não faz, precisamos reverter este quadro, aí vai uma dica que pode ser a primeira pedra a ser movida para acabar com este pecado; que eu não seja omisso, que tu não sejas omisso. Se aumentarmos o número de não- omisso, creio que o mundo se transforme; claro que isto é um utopia, mas vale a pena tentar. Que sejamos estratégicos nas nossas decisões e que tenhamos a sabedoria divina para agirmos no tempo certo. Que não nos cansemos de fazer o bem sempre, que não nos omitamos jamais.
Que tenhamos um bom domingo e que o Deus da vida nos abençoe sempre.
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